“... agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia...” (2 Tim. 4:8)
Todos nós ficamos sensibilizados com o passamento prematuro de nosso querido Pastor e Missionário José Antonio de Bachi.
Em toda sua vida, ele tinha como premissa incontestável, servir o Senhor onde houvesse uma necessidade.
Isto foi confirmado através destes anos que o Senhor lhe conferiu! Todos nós somos testemunhas da dedicação incondicional do pastor missionário e sua família.
Pr. Bachi, filho de pais cristãos, conheceu o Senhor quando ainda era muito pequeno. A herança cristã, legado de seus pais, o acompanhou até o último dia de sua vida.
Era um homem de poucas palavras, mas de muita ação e determinação. Filiou-se à Igreja Menonita de Vila Virgínia em Ribeirão Preto em 1991, onde serviu na área de música, diaconia e outros serviços. Ali mesmo depois de alguns anos, Deus o vocaciona, juntamente com sua esposa Cidinha para obra missionária. A frase que foi dita muitas vezes diante da comunidade foi: -“Nosso coração está em África”.
Entrou para escola de missiologia no SEBANOP – Seminário Batista do Nordeste Paulista.
Aprovado pela Junta de Missões é enviado para o norte do Brasil para pastorear a Igreja Menonita de Redenção - PA, como parte do treinamento a fim de ser enviado a Moçambique. Ali também iria deixar a marca de servo. Por três anos ele, bem como sua família, passou a ser amado por todos daquela região. Sua identificação com aqueles irmãos era tal, que a igreja não queria que ele fosse para a África. Chegou a ocupar cargos de importância na diretoria regional, ao ponto de ser cogitado seu nome para a presidência da referida diretoria. O futuro missionário, neste treinamento entendeu que Deus lhe tinha dado um coração pastoral, que muitos anos mais tarde, viria Servi-lo novamente, segundo o propósito de Deus.
A visão do chamado, ainda latente em seu coração o leva a apresentar-se aprovado para o envio ao campo missionário em Moçambique. No dia 04 de agosto de 2002 Pr. José Antonio, Cidinha e Sara, partem para a terra distante, seu sonho e de sua esposa vão se concretizar. A South African os deixam em Johanesburgo - África do Sul. De lá tomam um pequeno Turbo Hélice da LAM – Linhas Aéreas Moçambicanas e agora sim, estão pisando solo Moçambicano. O sonho toma seu significado mais profundo. Ali, na província do Tete, ele dá sequência ao trabalho dos missionários antecessores. Servem ao Senhor com convicção estruturando a igreja Menonita, pregando, salvando vidas e formando líderes. O projeto em Moçambique sabe que um servo chegou ali para dar sua vida. Passaram por muitas provações. Vitimados pelas doenças especialmente a malária, não foram impedidos de cumprir seu chamado. Permaneceram ali, pregando, ensinando. A igreja moçambicana aprendeu a amá-los! Mas um problema grave do coração interrompe o ministério na igreja daquela nação. Ele tem que vir urgente para o Brasil. Aqui é submetido a uma cirurgia, que o leva a ficar de repouso por muitos meses. Entretanto, o coração do Servo, está agitado! Ele diz: “Senhor, não posso ficar parado! Tu tens ainda plano para minha vida! Eu quero e preciso continuar te servindo”.
A Igreja Menonita de Ceilândia - DF está precisando de um pastor, notícia esta que enviada para todas as igrejas, acaba chegando também aos ouvidos deste servo.
Aqui o Senhor lembra o missionário quando ele ainda em treinamento vai pastorear a Igreja Menonita de Redenção - PA. “Lembra filho, que eu te dei um coração pastoral? Pois bem, agora você irá se colocar à disposição para servir-Me em Ceilândia”.
Amados, mesmo ainda não se sentindo totalmente são, resolutamente a família deixa Ribeirão Preto mais uma vez e vão para Ceilândia.
Ali seria um tempo difícil, onde a humildade e amor profundo deste homem seriam mais uma vez requeridos. O trabalho nesta comunidade é difícil, entretanto, o Senhor chama este servo para dar àqueles irmãos um exemplo de sofrimento e dor, provando que até mesmo com o corpo definhado por doenças crônicas, estes venham entender os mistérios de Deus para aquela igreja.
Mais uma vez a marca do Servo toma lugar na mente e coração dos irmãos. Embora relutasse para ficar, a doença interromperia aquele ministério. Pr. José Antonio tem que vir às pressas para Ribeirão Preto, e desta vez não voltaria mais para estes ministérios.
Alguns anos se passam e a saúde piora cada vez mais! Mesmo assim o servo não se deixa levar pelo sofrimento, filia-se a algumas igrejas e vez ou outra, prega, ensina e canta.
Por fim não teve mais jeito. Consumido por um câncer em metástase, não tem mais forças para andar. Pela televisão, recebe alimento das pregações, enquanto é assistido pelas igrejas por onde ele passou.
Numa desta visitas, algo cortou meu coração e de minha esposa quando ouvimos esta frase por ele pronunciada: “Deus, por favor, concede-me saúde, para que mesmo sentado, caso não possa mais andar, eu possa comprar um boneco grande e como ventríloquo falar de Cristo para as crianças. Este sonho do Servo não foi realizado. Para ele, a carreira não teria terminado. No entanto, Deus em Sua soberana vontade, afirmaria: “Servo bom e fiel, eu sei que és fiel e que poderia fazer muito pela obra, mas eu quero que tu venhas estar comigo para sempre”.
No dia 31 de agosto por volta de cinco horas da tarde o Servo (pastor e missionário), recosta no seu sofá que lhe serviu de cama para dormir. Ele não acordaria mais para este mundo. Em vinte minutos o Senhor o recolhe para Sua gloriosa presença.
Aqui fica a preciosa lição deste servo que mesmo diante de todas as agruras ainda alimentava o sonho de servir.
Quem se levantará para continuar os sonhos de Deus?
Paulo B. Campos
Secretário Executivo
JMMI - Junta Menonita de Missões Internacionais
Vejamos algumas fotos da carreira do missionário José Antonio
Servindo na Ig de Vila Virgínia
Peça de Natal na Ig de Vila Virgínia
